A entrevista de hoje é com Cleber Marques, um amigo de muitos anos e que além de ser meu colega de profissão, também é criador da WarpZone, um projeto independente que registra a história dos videogames no Brasil dos anos 80 e 90 através de livros e revistas impressas e diversos outros canais de mídia. Idealizador da iniciativa “Casa do Videogame” e do evento “Dia do Videogame” é colecionador e entusiasta de revistas antigas com mais de 3 mil exemplares catalogados. O detalhe é que essa entrevista foi realizada em Dezembro do ano passado, muita coisa aconteceu desde então, mas eu optei por publicar da forma original mesmo. As novidades vocês podem conhecer acessando os canais disponibilizados pelo Cleber no final desta entrevista. Então espero que gostem dessa entrevista, conheçam o projeto Warpzone e apoiem!

1 – Para começar, como surgiu o seu interesse por computadores e como você começou na área de TI?
Me interesso por computadores desde os anos 80, quando via, admirado as propagandas das revistas na época. Eu comecei a trabalhar na área em 1997, em meu primeiro emprego, uma época que nem todo mundo tinha ainda um PC na própria mesa. De lá pra cá sempre atuei com computadores profissionalmente, mas eles sempre fizeram parte das minhas atividades pessoais também.
2 – Você teve uma trajetória de destaque como profissional da área de TI, atuando em grandes empresas e projetos e resolveu sair da área e dedicar-se a uma iniciativa pessoal. Conte como surgiu a Warpzone e fale um pouco a respeito desta transição de carreira que você fez.
A WarpZone surgiu nos anos 90, quando eu mesmo escrevia minhas matérias e detonados, intensifiquei a ideia quando comprei meu primeiro computador em 1997, criando minhas revistas digitais e em 2015 eu finalmente coloquei o projeto em prática, lançando o primeiro fanzine impresso. Eu nunca sai da área de TI, mas em determinado momento meu hobby com a WarpZone se tornou mais sério. De 2016 em diante eu formei um time de especialistas e de lá pra cá lançamos mais de 55 publicações entre livros e revistas, a satisfação é imensa.
3 – Como foi sua iniciação no mundo dos games?
Nos anos 80, quando meu pai trouxe pra casa um Odyssey, com o jogo do Didi, nunca mais fui a mesma pessoa. Em tudo que eu lia ou assistia eu procurava por referências aos videogames ou computadores, me apaixonei por tecnologia. Porém, foi quando ganhei o meu Atari que a paixão se intensificou, a jogatina em casa envolvia até meus pais, que época gostosa.
4 – Estamos na oitava geração dos videogames. Você acompanhou todas as gerações? Se considera um colecionador de videogames e jogos?
Acompanhei todas, algumas com mais cuidado, outras nem tanto. Na época dos 8-Bit eu era criança e jogava sempre que podia, os 16-Bit eu foquei no SNES e me diverti demais, já do PS1 em diante eu já trabalhava, então o tempo dedicado aos videogames era menor, porém eu não parei de jogar nenhuma época. Me considero sim um colecionador, principalmente de itens nacionais e revistas de videogame, meus xodós.
5 – Qual a sua plataforma preferida para jogos? Videogames ou computadores?
Minha plataforma preferida são os consoles de mesa, mesmo gostando muito de jogos para MS-DOS. Entre os consoles o meu preferido é o SNES, passei muitos bons momentos com esse console, época de aluguel de cartuchos, revistas de videogame, muitas vezes nas locadoras alugando por hora também.
6 – Você é conhecido no meio retrogamer como um dos maiores colecionadores de revistas de videogame do Brasil. Conseguiria nos detalhar sua coleção? Quais as suas publicações favoritas?
Minha coleção hoje tem mais de 3 mil exemplares, coleciono desde os anos 80, quando meu pai me trazia exemplares da revista Odyssey Aventura. Eu comprei todas as revistas clássicas na época, na banca de jornal, fazia meu próprio dinheiro vendendo coisas recicláveis e comprava as revistas lançadas no Brasil. Minha publicação favorita sempre foi a GamePower, antes de se juntar com a Supergame.

7 – Voltando à Warpzone, esta iniciativa incrível, que começou com um Fanzine e hoje tem todo um ecossistema de ofertas e produtos. Você esperava este crescimento gradativo e essa aceitação do público?
Não esperava e não planejei isso, tudo era pra ser uma iniciativa pequena, entre amigos. Mas, quando a comunidade abraçou a ideia eu me envolvi mais a fundo e dediquei muito esforço no projeto, o fanzine virou livro e os livros viraram publicações de luxo. Hoje temos mais de 55 publicações lançadas, um sucesso.
8 – Infelizmente o mercado editorial no Brasil passa por um momento delicado, com as pessoas lendo menos, publicações em papel diminuindo e livrarias como bancas de jornal fechando. Dentro desta realidade, o que podemos esperar quanto ao futuro da Warpzone?
A WarpZone é um projeto eterno, uma vez criada nunca mais vai acabar, ela é mantida pela comunidade hoje em dia, temos um clube que apoia a iniciativa mensalmente, além dos nossos leitores, nós fazemos em conjunto livros e revistas, material gratuito e pago, publicações físicas e digitais. Então, por ser um projeto de fã pra fã em que o fã bota a mão na massa pode esperar um futuro promissor, mesmo que em alguns momentos a gente tem que desacelerar um pouco por conta do mercado e economia, estaremos sempre por ai.
9 – A cena Retrogamer no Brasil e em todo mundo não para de crescer. A todo momento crescem a quantidade de projetos, eventos e iniciativas referente a esta temática. Como você vê e entende este mercado?
Vejo como uma ótima oportunidade de homenagearmos nossos jogos e videogames do passado, quanto mais projetos e iniciativas tivermos, mais serão as chances de reunirmos pessoas e fomentarmos uma comunidade em volta deste tema apaixonante. Não precisa ser apenas iniciativas comerciais, só o fato de reunir gente pra se divertir no final de semana é algo louvável.

10 – Liste os seus 5 games favoritos de todos os tempos.
Super Metroid, Super Mario World, Chrono Trigger, Super Street Fighter 2 e Rockman X.
11 – O que você tem jogado atualmente? Qual o seu estilo de jogo predileto?
Não paro de jogar games lançados nos anos 80 e 90, o último que eu terminei foi New Adventure Island para PC Engine. Jogo muita coisa independente que remeta a games antigos, um dos últimos games que terminei foi Blazing Chrome, do estúdio brasileiros JoyMasher.
12 – Por fim, divulgue seus canais de comunicação na internet e como os leitores podem entrar em contato com você (Blog, Twitter, Linkedin, Facebook, site…)
https://www.facebook.com/warpzoneme
https://www.youtube.com/CanalWarpZone